Empreendedores individuais comemoram sucesso no Aleluia Ilhéus Festival
Uma ex-empregada doméstica que mudou de vida produzindo artesanato; uma coordenadora pedagógica que empreendeu na arte; mãe e filha trabalhando juntas em um laboratório de aromas; uma produtora de chocolates que apostou na força das parcerias; e um produtor de camisetas exclusivas que já conquistou o gosto de famosos. Exemplos de histórias de sucesso fizeram a diversidade de expositores do evento de artes e negócios durante o Aleluia Ilhéus Festival, de 27 a 31 de março na avenida Soares Lopes, em Ilhéus. O sucesso do evento, estimado em 50 mil visitantes nos quatro dias, levou os realizadores a confirmarem uma segunda edição para 2014, inserindo a ação no calendário turístico da Semana Santa.
Um estande de grande visitação foi o do artista plástico Aldo Santos, mais conhecido como Dado Loko, que trabalha há 15 anos com pinturas personalizadas em camisetas. Ele fabrica cerca de 200 peças por mês, com preço médio de R$ 35. A busca por estampas exclusivas começou por acaso, depois de um incidente durante uma festa de adolescentes: “Um garoto que se envolveu em uma briga vestia uma camiseta igual à minha. Fui confundido com ele e por pouco não me prejudiquei. Depois disso, me dediquei à busca de identidade única em meus trabalhos”, conta.
Formalizado há três anos como empreendedor individual Aldo Santos ganhou maior visibilidade comercializando pelas redes sociais. Fã do grupo O Rappa, começou a confeccionar camisetas com visual inspirado nas músicas e pelo Orkut e facebook foi convidado a fornecer para a lojinha da banda. Uma parceria que já se mantém por cinco anos. “Também faço camisas para outras bandas como a Ponto Equilíbrio, do Rio de Janeiro, e a Mato Seco, de São Paulo”, completa. O empreendedor agrega ainda valor ao seu produto, com caixas estilizadas feitas de material reciclado para embalar as camisas.
Assim como Aldo Santos, os empreendedores que participaram do Aleluia Ilhéus Festival foram atendidos pelo Sebrae em oficinas preparatórias gratuitas que capacitaram quem já atuava na legalidade e formalizaram novos trabalhadores por conta própria. “As consultas preliminares, com os expositores, demonstram um bom grau de satisfação e expectativas superadas, apontando como bom ou ótimo o resultado do festival”, afirma a gestora do projeto no Sebrae, Valdinéia Borges.
Os relatos vem de empreendedores como a ex-empregada doméstica, Maria Aparecida Fernandes que usou a habilidade das mãos para mudar de vida. Há cinco anos dedica-se ao artesanato, produzindo cerca de 500 peças, por mês, de jarros e flores de papel reciclado e envernizado. Formalizada há um ano como empreendedora individual, Aparecida avançou nos negócios e na vida pessoal. “Com o apoio do Sebrae participei de vários cursos e aprendi a controlar meu dinheiro. Agora, pago meu INSS e sei como emprego cada real que ganho”, afirma.
Maria do Socorro Ramos Silva também é artesã. Há três anos deixou o trabalho de coordenadora pedagógica para investir na produção de tiaras, pesos para portas e panos de prato. Formalizada e procurando conquistar novos consumidores, ela prioriza a participação em eventos com o Ilhéus Aleluia. “Essa é uma vitrine importante, uma oportunidade para divulgar nossa arte”, destaca.
Alguns participantes firmaram parcerias com outros empreendedores que ajudaram a consolidar as vendas. A produtora de chocolates Diva Pol Landemberger, da marca Chocolates de Itacaré, utilizou coelhinhos de pelúcia produzidos pela artesã Rubenira Silva Ramos, para embalar ovinhos de chocolate. A empresa de Diva tem 30 funcionários e processa 60 quilos de chocolate a cada dia e oferece cerca de cinco mil itens como barrinhas, ovos de páscoa, cestas para presente, bolas de futebol, chuteiras e sapatos de cinderela.
O Ilhéus Aleluia Festival foi promovido pela prefeitura e pela Associação de Turismo de Ilhéus (Atil), com o patrocínio do Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Turismo e Bahiatursa, Sebrae, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Desenbahia, Comissão Execuutiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Bahiagás, Instituto Cabruca e Instituto Nossa Ilhéus.